quinta-feira, 14 de junho de 2012

Coreia do Sul se rende às teorias criacionistas


[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] Mencione a teoria do criacionismo e muitos cientistas logo pensarão nos Estados Unidos, onde crenças religiosas ganham fôlego contra Darwin e a evolução das espécies nas escolas públicas.  Mas os sucessos da religião nos EUA são modestos comparados com a Coreia do Sul, onde o sentimento antievolução parece estar ganhando sua batalha com a ciência [como se ciência fosse sinônimo de evolução]. No mês passado, o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia sul-coreano acatou uma petição que pedia a remoção de livros didáticos do ensino médio com exemplos da evolução de cavalos e de aves [é bom lembrar que esses exemplos sempre são de macroevolução, com aquelas ilustrações fictícias do menor espécime para o maior, arrumados convenientemente numa “escadinha” evolutiva]. O movimento tem alarmado os biólogos [darwinistas], que dizem que não foram consultados. A campanha da petição foi liderada pela Sociedade Textbook Rever (STR), que, de acordo com o site da instituição, “visa a eliminar o erro da evolução dos livros didáticos para ensinamentos corretos aos alunos sobre o mundo”. O site diz ainda que a sociedade tem entre seus membros professores de biologia e professores de ciências do ensino médio.

O STR também está fazendo uma campanha para remover o conteúdo sobre “a evolução dos seres humanos” e a “adaptação dos bicos dos tentilhões com base no habitat e modo de sustento”, uma referência a uma das observações mais famosas de Charles Darwin, em A Origem das Espécies. Como argumento, a STR destaca as recentes descobertas de que o Archaeopteryx é um dos muitos dinossauros com penas, e não necessariamente um ancestral de todas as aves [o que está correto]. Segundo o psicólogo evolucionista da Universidade Kyung Hee, em Yongin, explorar esses debates sobre a linhagem da espécie é uma “estratégia típica de criacionistas para atacar a evolução em si”. [Ainda que seja isso, é duro para eles ver uma estratégia darwinista sendo usada contra eles mesmos, afinal, para evitar o debate em torno das insuficiências do modelo darwinista, darwinistas vivem desviando o assunto para religião ou temas “periféricos”.]

Em uma pesquisa realizada em 2009 para o documentário sul-coreano “A Era de Deus e Darwin”, quase um terço dos entrevistados disseram não acreditar na evolução. Destes, 41% disseram não haver provas cientificas para comprová-la, 39% afirmaram que a evolução contradiz suas crenças religiosas e 17% alegaram não entender a teoria. Os números são semelhantes aos dos Estados Unidos, onde uma pesquisa realizada pela empresa Gallup mostrou que 40% dos norte-americanos não acreditam que os seres humanos evoluíram de uma forma menos avançada de vida. [Certamente essas pessoas poderiam aceitar a evolução, se lhes fossem apresentados apenas exemplos científicos de microevolução, como as variações nos bicos dos tentilhões, por exemplo. Mas mesmo o senso comum – que dirá o método científico – não consegue aceitar a macroevolução do ser humano, das baleias, das sequoias, etc., a partir de uma “célula primordial”. Isso é pura especulação metafísica.]

As raízes para a aversão da Coreia do Sul ao evolucionismo não são claras, embora especialistas sugiram que elas venham, em parte, do forte movimento do cristianismo no país. Cerca de metade da população da Coreia do Sul possui alguma religião, a maioria dividida entre o cristianismo e o budismo. [Para entender a rejeição ao darwinismo, eles sempre têm que apelar para a religião, como se seres pensantes não pudessem rejeitar a filosofia darwinista em bases racionais, ou, pior, como se religiosos não pudessem ser seres pensantes.]

Até agora, a comunidade cientifica tem feito pouco para combater o sentimento antievolução no país: “O maior problema é que existem apenas 5-10 cientistas evolucionistas no país que ensinam a teoria nas escolas de graduação e pós-graduação”, diz Dark Jang, um cientista evolucionista da Universidade Nacional de Seul. Jang está organizando um grupo de peritos, incluindo cientistas evolucionistas e teólogos que acreditam na evolução, para contrariar a campanha da STR. [A “briga” vai ficando acirrada.]

Fonte: Criacionismo.com

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